TEXTO POR JORGE GONÇALVES
MESTRA BEA e a doçura inquieta da La Ferme Moderne: sabores que nascem do mato e vão direto para o coração da mesa
Imagine uma estrada de terra, uma brisa de capim-limão, e o som do campo ao fundo. É nesse cenário que Beatriz Pernambuco transforma ingredientes em poesia comestível. Diretamente de Avaré, interior de São Paulo, ela comanda com alma e colher de pau a La Ferme Moderne, um ateliê de sabores que une a tradição francesa, a rusticidade brasileira e uma pitada da criatividade que corre nas veias dessa MESTRA GELEIEIRA de espírito indomável.





Nascida em 2 de julho, Beatriz sempre teve uma relação íntima com o universo dos sabores. Formada em Turismo, sua carreira floresceu nas áreas de Alimentos, Bebidas e Eventos em Hotelaria — mas a verdadeira alquimia acontecia mesmo era em casa. Mas engana-se quem pensa que esta é apenas mais uma marca de geleias artesanais. Aqui, estamos diante de uma MESTRA GELEIEIRA que transforma herança, talento e ousadia em sabores que surpreendem e encantam.

Apesar de ter raízes que atravessam o oceano, com uma avó americana, foi a tradição francesa — herdada pela família Berringer — que sempre deu o tom à gastronomia da casa. Lia, filha dessa linhagem e neta de franceses, foi a primeira a transformar em ofício aquilo que por gerações foi afeto: a produção de geleias com as frutas da fazenda. Beatriz é o elo mais novo dessa cadeia de saberes e sabores transmitidos entre mulheres. Neta de Caroline e de Cinira, ela recebeu não apenas receitas, mas memórias vivas, gestos silenciosos e uma reverência à natureza. De uma aprendeu os doces caipiras que adoçaram a infância de tantos. De outra, os segredos dos picles e chutneys. E com a mãe, mergulhou na delicada arte de fazer geleias — onde cada fruta colhida carrega história, e cada pote fechado guarda o amor de gerações.

La Ferme Moderne: da raiz à inovação
Foi em dezembro de 2017 que Beatriz e seu marido Maurício — um carioca das pranchetas do marketing esportivo — decidiram plantar outro tipo de sonho: criar uma marca de produtos artesanais com alma, identidade e propósito. Apaixonados pela gastronomia e com vivências em diversos países e lugares incríveis, escolheram trocar o ritmo frenético das cidades por um novo estilo de vida no interior paulista. Voltaram às origens, à terra da sexta geração de sua família, às margens do rio Paranapanema — e ali nasceu a La Ferme Moderne.

“Plantamos, colhemos e transformamos”, diz Beatriz, com um brilho nos olhos. E o mais bonito? Metade das frutas usadas na produção vem direto da fazenda do casal, cultivadas com carinho e respeito à Mata Atlântica. O restante é adquirido de pequenos produtores da região, valorizando o frescor, a sustentabilidade e a economia local. Com uma conexão direta ao campo, eles têm o privilégio de controlar todas as etapas da produção das matérias-primas, garantindo qualidade, rastreabilidade e sabor.


Acreditam que o alimento tem o poder de unir as pessoas — e é em torno da mesa que nascem histórias, se constroem laços e acontecem grandes momentos. Tudo o que produzem é minimamente processado, feito com calma, com escuta atenta e de maneira artesanal, justa e sustentável.




E o nome? Um charme à parte. La Ferme Moderne é o encontro entre o moderno e o ancestral, entre o mato e o refinado, entre a geleia e o inesperado. É a expressão de um sonho cultivado com as mãos na terra e o coração no futuro.
Técnica, afeto e um je ne sais quoi
As técnicas que ela usa misturam o savoir-faire francês com a sabedoria caipira. A pectina é natural, feita do zero com maçã. O açúcar é cristal, e nenhum adoçante químico entra em cena. A ideia é simples: tudo que estiver no pote deve vir da natureza, do cuidado e do respeito com o tempo.

Sabores que fogem da mesmice
Na La Ferme Moderne, a geleia de morango com pão virou apenas o começo. Cada criação de Beatriz é pensada como uma explosão sensorial para muito além do café da manhã.
Quer um exemplo? A geleia de Manga, Curry & Cachaça nasceu para ser rainha do porco assado. A de Tomate, Cominho & Tequila brilha com queijos. A de Cebola, Mostarda & Cerveja Preta — a mais vendida — vai direto para hambúrgueres artesanais. E a de Pera, Baunilha & Sauvignon Blanc é um abraço sofisticado em forma de colherada.

E como surgem essas ideias? “O campo me inspira. Sinto o cheiro do capim-limão e já imagino com o moranguinho silvestre…”, conta Beatriz. Criativa desde jovem, foi bartender premiada e chegou ao pódio dos cinco melhores do mundo na IBA — a sabedoria em misturar sabores sempre esteve com ela.
O primeiro sabor que nasceu na La Ferme Moderne foi o de Tomate, Cominho & Tequila.

Beatriz se inspira na natureza ao redor — no cheiro da terra molhada, na delicadeza das flores do campo, no silêncio das manhãs e no burburinho dos mercados de produtores. Mas também carrega na memória os sabores da infância, os aromas da cozinha da avó e as descobertas feitas nas viagens com o marido. Tudo pode virar receita quando se tem olhos curiosos e alma inquieta.
O mais famoso? Pera, Baunilha & Sauvignon Blanc. E o mais querido do público? A de Cebola, Mostarda & Cerveja Preta.

Seu sabor favorito? A GELEIA de Vinho Quente, feita com uvas de um parreiral da região, vinho tinto e especiarias aromáticas. Uma criação sazonal, cheia de afeto, que aquece o coração como uma festa junina ao redor da fogueira.







Além das geleias ousadas, vem aí uma nova linha de CLÁSSICOS DA MATA ATLÂNTICA, feita apenas com fruta, açúcar e amor. “Respeitar o bioma e valorizar nossas berries brasileiras não é mais futuro. É o nosso presente.”
Fazem parte do portifolio os sabores:
Geleia de Maçã, Camomila & Gin
Geleia de Amora, Maçã e Cabernet Sauvignon
Geleia de Manga, Curry & Cachaça
Geleia de Maracujá, Pimenta & Bourbon
Geleia de Cebola, Mostarda & Cerveja Preta
Geleia de Pimenta Dedo de Moça & Rum
Geleia de Laranja, Pimenta & Whisky
Geleia de Tomate, Cominho & Tequila
Geleia de Morango, Zimbro & Gin
Geleia de Pera, Baunilha & Sauvignon Blanc
Geleia de Figo, Cardamomo & Cognac



O pote pode estar vazio, mas a criatividade transborda
Para Beatriz, desperdício não tem vez — nem quando o pote de geleia chega ao fim. É justamente ali, nos restinhos agarrados às paredes do vidro, que mora a oportunidade de criar algo novo e surpreendente. Ela ensina: basta adicionar um pouco de suco de limão e azeite às geleias de tons amarelos, ou um toque de aceto balsâmico às vermelhas, chacoalhar o pote… e pronto! Um molho para saladas cheio de personalidade, que carrega no sabor a memória doce do que já foi. Um gesto simples, mas que transforma o fim em recomeço — e revela, mais uma vez, a alma criativa e generosa de Mestra Bea.

Sonhar com raízes firmes e galhos que alcançam o mundo
Beatriz sonha alto, mas com os pés fincados no solo fértil da sua agrofloresta. O desejo é claro: que todos os produtos da La Ferme Moderne sejam 100% verticalizados — plantados, colhidos e transformados por suas próprias mãos, em total sinergia com a terra. A conexão com o bioma da Mata Atlântica e com as berries brasileiras não é uma utopia distante: é realidade viva e pulsante no presente. O respeito ao ciclo natural, ao tempo das plantas e à sabedoria da terra guia cada escolha. E se o sonho brota no campo, também floresce para além-mar. Beatriz quer ver sua marca ganhar o mundo, não como tendência, mas como essência. Mesmo que suas geleias já tenham cruzado oceanos nos corações (e nas malas) de clientes rumo ao Japão, Portugal e Bélgica, o desejo agora é ir além: exportar de forma estruturada, levando o sabor do Brasil profundo — artesanal, justo e autêntico — para mesas do mundo inteiro.






A arte de ouvir e criar conexões através do sabor
Para Beatriz, ver alguém provando suas geleias é mais do que oferecer um produto — é um momento de troca verdadeira. Ela presta atenção nas pistas sutis que cada cliente revela: um paladar mais doce, uma combinação com queijo, uma preferência inesperada… E é aí que acontece a mágica. Surge a sugestão de uma geleia fora da curva, daquelas que surpreendem — e a reação é sempre um presente: “Nossa!”. Beatriz valoriza profundamente o feedback honesto, seja elogio ou crítica, porque cada retorno é uma oportunidade de aprender e evoluir. E quando recebe uma mensagem contando como a geleia foi usada, com o que foi harmonizada, sente-se inspirada. São histórias reais, trocas ricas que alimentam sua criatividade e reforçam o propósito do seu trabalho: tocar as pessoas por meio do sabor, da escuta e da sensibilidade.

O Que é Ser um Mestre Geleieiro
Ser MESTRE GELEIEIRO é mais do que saber fazer geleias — é cultivar uma relação íntima com o tempo, com a fruta e com a doçura da vida. É alguém que aprende, com paciência e respeito, o momento exato de mexer e o instante sagrado de parar. É quem entende que o sabor começa no pomar, ao colher a fruta no ponto certo, e termina no brilho encantado de um potinho bem fechado. Um MESTRE GELEIEIRO transforma o efêmero em memória: pega o frescor do dia, o perfume da estação, e os eterniza em forma de sabor, cor e textura. É alquimia, mas também é amor.

A marca que quer deixar
Beatriz sonha com um mundo mais conectado com a terra, onde cada ingrediente tenha uma história e cada produto respeite seu tempo e sua origem. Sonha com uma produção agroflorestal totalmente verticalizada, em que absolutamente tudo — do solo ao pote — seja cultivado por mãos que cuidam e acreditam no poder da natureza. Sonha com mais pessoas comendo com consciência, com sabor e com verdade.







“A vida tem o gosto de um tempero mágico. Mesmo com a pitada de sal, ela é doce”, diz Beatriz, sorrindo com as mãos aromatizadas por frutas e especiarias. E a gente acredita. Porque quem prova, sente: essa MESTRA GELEIEIRA está mudando o mundo, um pote por vez.
Contato com a La Ferme Moderne
📍 Avaré – SP
📧 beatriz@lafermemoderne.com.br
📱 (14) 98101-3699
📸 Instagram: @lafermemoderne
🌐 Site: lafermemoderne.com.br
O que podemos aprender com a Mestra Beatriz Pernambuco?
Aprendemos que cozinhar é muito mais do que preparar alimentos: é um ato de resistência, de afeto e, sobretudo, de coragem. Beatriz Pernambuco nos ensina que empreender, especialmente sendo mulher, é transformar tradição em inovação, memória em propósito, e herança familiar em um negócio sólido e inspirador.





Filha de Lia, neta de Caroline e de Cinira, Beatriz carrega em cada receita não apenas o sabor das frutas, mas a força ancestral de gerações de mulheres que, antes dela, já cozinhavam com o coração, preservavam saberes e alimentavam afetos. Apesar das raízes familiares espalhadas entre a América e a França, foi no Brasil — com as frutas colhidas na própria terra — que ela eternizou sua história em potes, sabores e emoções.
Sua trajetória é um poderoso exemplo de empreendedorismo feminino e familiar, mostrando que é possível, sim, criar um negócio autêntico, com identidade e propósito, a partir das tradições mais simples e do amor mais puro. Beatriz mostra que quem empreende com alma constrói mais do que uma marca: constrói um legado, uma mensagem silenciosa que inspira outras mulheres e famílias a acreditarem na força de suas próprias raízes.
Ela nos inspira a entender que empreender não exige perfeição, mas sim verdade, intuição e respeito pela natureza e pela nossa própria história. Que cada um de nós carrega algo inédito, esperando apenas o tempo certo de ferver, apurar e transformar-se em algo potente, bonito, cheio de significado.
Beatriz é a prova viva de que ousar é possível, desde que se honre quem veio antes; de que inovar é mais poderoso quando nasce da escuta generosa do mundo e de si mesma. Sua cozinha é laboratório, palco e altar, onde o empreendedorismo se encontra com a delicadeza da arte e a robustez da tradição.
A história de Beatriz Pernambuco nos emociona, nos impulsiona e nos lembra: todos temos um dom, uma ideia, um sabor, uma chama. Basta coragem e paciência para encontrar o ponto exato — não só da geleia, mas da nossa própria vida.

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